O eterno ídolo

 
 
Nos primórdios do blog, rendeu-nos um dos posts mais prazeirosos que tive oportunidade de fazer. Hoje completaria 84 primaveras. Falo-vos de Audrey Hepburn, o meu eterno ídolo. Um ideal de beleza e de carácter, que cativou o mundo com a sua simplicidade e delicadeza.
 
Deixo-vos o seguinte texto, escrito por Irina Chitas, para a Vogue, uma vez que não encontro melhores palavras para descrever aquilo que Audrey foi e significou:
 
« Quem só associa Audrey Hepburn à beleza que toma pequeno-almoço em frente à Tiffany’s, tem mesmo de ler este artigo.
Com o lançamento de mais um livro sobre a sua vida – para juntar à coleção capaz de encher a Torre do Tombo –, soubemos que estava na altura de revisitar o estilo de uma das figuras mais brilhantes da nossa história: A Charmed Life, por Robyn Karney, é um conto real sobre a história de Hepburn, que contém também 177 imagens raramente vistas.
A nossa homenagem, no entanto, perde força perante a magnificência do ícone mais integralmente pleno de que há memória. Por uma vez, quando uma presença nos abala o coração de forma tão palpável, não lhe associamos a palavra “trágica” ou “problemática”, “decadente” ou “dependente”. Por uma vez, uma que seja, podemos chamar-lhe fiel: fiel ao talento, fiel ao estilo, fiel à humanidade, fiel à luta, fiel à nobreza de espírito, fiel à simplicidade, fiel ao estilo, fiel a Givenchy, fiel a si.
Nascida na Bélgica em 1929, a infância foi passada a fugir às invasões nazis. Assim, construiu-se a personagem real mais genuinamente pura que, nos anos 50, da Broadway para o ecrã cinzento, deleitou o mundo inteiro com um só sorriso. Contrastante com as bombshells da altura, a elegância de Hepburn distanciava-a de desejo para fascínio, com uma força disruptiva que abalava os alicerces estéticos da década. A classe dos designs de Hubert de Givenchy foram a base de um vestuário que se expandiu a imagem de marca, consagrando uma mulher nobre cuja beleza ultrapassava quaisquer cânones dogmáticos da sociedade. Arrebatadoramente simples, simplesmente perfeita, os traços aristocráticos do rosto feliz mantiveram-se até ao fim dos seus dias, em 1993, não sem antes espalharem a magia bondosa pelas causas da UNICEF, que tão acerrimamente tomava como sua.
E hoje, que a relembramos em meia dúzia de palavras, ainda nos vemos comovidos pela força da miúda franzina que dançava na Torre Eiffel e tocava “Moon River” no parapeito de uma janela, como se o amanhã fosse só um pormenor, e o hoje, a plenitude do ser. »
 
 
 


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